quarta-feira, 21 de março de 2012

HISTORIA DOS MESTRES

Mestre Pelé da Bomba


Nombre: Natalício Neves da Silva
País: Brasil
Ciudad: Recôncavo Baiano, Salvador
Nacimiento: 1934
Mais usada na Bahia, a expressão “gogó de ouro”é sinônimo de boa voz e de afinação.Num universo de opiniões tão divergentes como o da capoeira, mestre Pelé está entre os poucos que recebem, com unanimidade, este título. Direto de Salvador, ele nos conta o que viu e viveu nas rodas, uma história que começa há mais de meio século
“Iêêêêêêêê!” O chamado de Natalício Neves da ilva, o mestre Pelé, aliado aos primeiros acordes lo berimbau, é experiência que, quem viveu, não esquece Sua voz expressiva é capaz de nos conduzir or 500 anos de história e de nos conscientizar do oder libertador que a roda de capoeira representa.
Mestre PeIé nasceu em 1934. E do tempo em que se jogava capoeira nos finais de feira e nos lias de festa. Também fez parte de uma geração lividida entre a marginalizada capoeira de rua ànstitucionalizada capoeira nas academias.
Primeira roda — Na infância, Pelé ajudou o pai na luta pela sobrevivência. Fazia carvão, colhia mandioca e tratava a terra. Depois, vendia is mercadorias na capital baiana. Foi assim que chegou à rampa do Mercado Modelo, próxima igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia, onde encontrou a nata da capoeira. “Conheci a capoeira aos 12 anos de idade, quando ia às feiras e às festas populares do recôncavo baiano. Eu ia com meu pai a Muritiba, São Félix e Cachoeira vender carvão. No final do dia, chegavam os ‘senhores’ de toda a região e”.
começavam a brincar para se divertir. Era o povo que dava para o capoeirista o título de mestre, que disputava o título ali no jogo, jogo duro”, lembra. Foi numa dessas rodas que Pelé diz ter conhecido o lendário Besouro Mangangá. E confirma a lenda: “Ele sumia quando queria”.
Lendários — Para o mestre, era entre a Igreja da Conceição e a rampa do Mercado que rolavam as melhores rodas de capoeira da época. Em sua memória estão personagens como Valdemar da Liberdade, Caiçara, Zacarias, Traira, Angolinha, Avani, Bel e DeI (irmãos), Onça Preta, Sete Mola, Cabelo Bom e Bom Cabelo (gêmeos) e Bugalho, que o teria encantado com sua agilidade. “Tinha muita gente importante, naquela época, além de Bimba e Pastinha. Os alunos deles não jogavam muito na rua. Eles evitavam por causa das brigas, não queriam ficar difamados. O pau quebrava e a policia na cavalaria vivia ‘escarreirando’ os capoeiras, acabando com as rodas. Os capoeiristas, por sua vez, quebravam a polícia no cacete. Bimba e Pastinha queriam evoluir, acabar com essa imagem do capoeira”.
Capoeira de Rua – O aprendizado da maioria dos capoeiristas dessa época era mesmo nas grandes rodas na rampa do Mercado Modelo e nas chamadas festas de largo, que começavam na festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia – coração da cidade baixa, próxima ao elevador Lacerda — no dia 1º de dezembro e se prolongavam até o dia 8 do mesmo mês. Depois, vinha a festa de Santa Luzia, freqüentada pelos estivadores (trabalhadores do cais do porto), muitos deles, capoeiristas. “Era o dia todo: banho de mar, samba de roda, samba de viola que era uma tradição. Todos os ritmos vindos do recôncavo baiano. Nestas festas, reuniam-se os melhores mestres de capoeira e os melhores locadores de berimbau. Foi num desses momentos que comecei a cantar e a tocar”, relembra.
Foi Bugalho, carregador de embarcações que, nas horas de descanso e nas noites de lua-cheia, ensinou o menino Natalício a gingar nas areia da praia da Preguiça. “Segui a tradição do meu mestre, Bugalho, um grande tocador de berimbau. Ele era um dos melhores, tocava muito bem o São Bento Grande, principalmente quando era noite de lua. Sentávamos na areia da praia e, quando ele tocava, era possível ouvi-lo na cidade alta”
Além das rodas da Liberdade nas tardes de domingo, em que o guarda civil Zacarias Boa Morte “tomava conta”, Pelé mostrava sua arte nas rodas de Valdemar da Liberdade, num galpão de palha de dendê, cercado de bambu. “Eu era ligeiro, tinha um sapateado que ajudava muito. Eles não me pagavam. E, quando eu chegava nas rodas da invasão do Corta Braço, no bairro de Pero Vaz, mestre Valdemar dizia: Lá vem Satanás!”
Experiência — Durante 25 anos Pelé deu aulas de capoeira e, também, no V Batalhão da Policia Militar. “Naquele tempo, era comum a polícia treinar capoeira”. Além dessas atividades, mestre Pelé participou, ao mesmo tempo, deimportantes grupos folclóricos da Bahia como o Viva Bahia. Fez apresentações com o grupo de mestre Canjiquinha, no Belvedere da Praça da Sé, shows para turistas, onde mostrava a capoeira, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda. Sorrindo muito, Pelé explica que “na capoeira, tudo sai da ginga. A ginga, o molejo e a flexibilidade são importantes para o capoeirista, tanto para defesa quanto para o ataque”.
Retorno — Mestre Pelé ficou longe da capoeira por vinte anos. Foi trazido de volta às rodas pelo projeto de resgate e valorização de mestres antigos, criado pela Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA). Hoje, ele integra o Conselho de Mestres da associação e participa de eventos importantes. Recentemente, emocionou, com sua voz, quem esteve presente no enterro dos mestres Caiçara, Bom Cabrito e Zacarias Boa Morte, e na missa de sétimo dia de Caiçara.
Na ABCA, Pelé espera conseguir viabilizar o projeto de aposentadoria para mestres com mais de 65 anos de vida e 35 anos de capoeira. “O ministro da Previdência, Waldec Ornelas, já votou a aposentadoria das mães e pais de santo que, como os capoeiristas, também tiveram suas atividades proibidas e perseguidas. Além disso, também vamos conseguir provar que Capoeira Angola é cultura popular, e não arte marcial”, finaliza o cantador.
capoeiramalungo.hpg.ig.com.br

Novidades...



Bom dia a todos os leitores do nosso blog essa semana trago a vocês uma novidade começando hoje todas quartas feiras aqui no blog vamos postar uma foto dos arquivos do Mestre Irani  isso tudo pra vocês que acompanha nosso blog para que conheçam um pouco da  historia do nosso mestre ..axé... 
  

domingo, 18 de março de 2012

CAPOEIRA E ESCRAVIDÃO




A capoeira escrava e outras tradições
rebeldes no Rio de Janeiro, 1808-1850.

A rápida expansão da capoeira ao
redor do mundo globalizado resultou
também em um crescente interesse
acadêmico nessa arte marcial afrobrasileira.
Um número cada vez maior
de monografias e teses testemunha
o fato de que a capoeira está se
tornando um campo de pesquisa próprio.
O livro de Soares, já em segunda
edição, é importante não só para a
história da capoeira, mas, de maneira
geral, para a compreensão da gênese
da cultura escrava e afro-americana.
O autor garimpou nos arquivos
um incrível número de fontes
primárias, a maior parte das quais
não havia sido utilizada anteriormente
por outros pesquisadores.
Tanto praticantes de capoeira quanto
estudiosos ficarão interessados no
material coletado acerca das origens
da arte marcial. Algo como 84% das
centenas de africanos presos pela prática
de capoeira durante o período de
1810 a 1821 (quando ela aparece pela
primeira vez nos registros históricos)
vieram da região do antigo reino do
Soares, Carlos Eugênio Líbano. A capoeira escrava e outras tradições
rebeldes no Rio de Janeiro, 1808-1850. 2ª ed. Campinas, Editora da
Unicamp, 2004. 608p.
Kongo e Angola; e entre estes os escravos
do estuário do rio Congo eram
particularmente proeminentes. Esse
detalhe poderá não agradar àqueles
que acreditam que o n’golo de
Benguela foi o principal antecessor
da capoeira; entretanto, dada a presença
de crioulos e mestiços já naquele
estágio inicial, o autor enfatiza
que a capoeira era acima de tudo uma
atividade escrava, mais do que “uma
atividade exclusivamente africana.
Na realidade, parece-nos que ela é
fruto da combinação de tradições africanas
dispersas com ‘invenções’ culturais
crioulas.” (p. 125).
Os capoeiristas atuais podem ficar
desapontados pelo fato de os registros
proverem tão poucos detalhes
concretos sobre o jogo propriamente
dito. Ele nunca é descrito pelos
policiais ou outras autoridades, e em
razão disto nós ainda não sabemos
muito acerca de sua prática em comparação
a períodos posteriores, sobre
os quais o próprio Soares escreveu
um outro livro clássico (A
CAPOEIRA E ESCRAVIDÃO
Afro-Ásia, 31 (2004), 365-367 365
negregada instituição: os capoeiras
na Corte Imperial, 2ª ed., Rio de Janeiro,
Access 1999). Mas o autor
fornece um denso relato sobre como
a capoeira estava enraizada nas vidas
dos escravos urbanos e dos libertos.
Exercícios de capoeira, incluindo
as sempre mencionadas cabeçadas,
eram praticados nas praças da
cidade, na área do porto, ao redor
de igrejas que abrigavam irmandades
de negros e próximo aos zungus,
as residências e espécie de estalagens
de escravos de ganho e “pessoas de
cor” livres. A capoeira oferecia um
espaço fundamental para a sociabilidade
escrava masculina, mas também
era uma arma para enfrentar
outros escravos ou a polícia. Os primeiros
capoeiras usavam laços coloridos,
chapéus ou gorros que provavelmente
marcavam seu pertencimento
étnico. Soares sugere que lutas
pelo acesso às fontes e pelo controle
de praças resultaram na formação
de gangues, mas, como ele mesmo
reconhece, a evidência de que
essas gangues existissem antes da
década de 1840 é na verdade fraca.
Muito bem documentadas, ao contrário,
são as tentativas das autoridades
de erradicar a capoeira, e a
forma como as políticas em relação
a ela mudaram ao longo do tempo.
Nenhuma outra prática cultural jamais
foi objeto de tão intensa (e em
última análise mal-sucedida) repressão.
Os escravos que fossem pegos
sofriam uma “correção imediata” de
cem a trezentos açoites, além de serem
muitas vezes enviados à prisão
com trabalho (galés) nos estaleiros.
Praticantes livres que incorressem
nesse comportamento inaceitável em
companhia de escravos eram também
freqüentemente maltratados e
engajados nas forças armadas. Uma
parte substancial do livro trata da vida
de capoeiras, e de escravos de forma
mais geral, nas diferentes prisões da
cidade e no arsenal da Marinha. Soares
vê especialmente este último
como um espaço importante para a
geração de práticas de resistência
mais abrangentes, dado que ali os
escravos socializavam com prisioneiros
políticos, marinheiros e soldados.
Seu livro também cobre o papel
crucial dos capoeiras na repressão ao
motim promovido por soldados irlandeses
e alemães em 1828, e o papel
desempenhado pelos cativos que chegavam
da Costa da Mina (a região
do Golfo do Benim, na África) na
comunidade escrava carioca. Ele
enfatiza a divergência de interesses
entre o Estado e os senhores de escravos,
estes sempre se queixando da
intromissão daquele em seus direitos
de propriedade.
O quadro que emerge é o de dois terrores
paralelos. As autoridades adotavam
políticas de intimidação contra
os capoeiras, e estes por sua vez
instilavam o medo entre as elites. Soares
insiste reiteradamente nas dores
366 Afro-Ásia, 31 (2004), 365-357
de cabeça dos chefes de polícia e nos
pesadelos das elites. Essa imagem extremamente
tenebrosa de uma batalha
desesperada para impor a lei e a
ordem sobre uma população escrava
rebelde é claramente um reflexo do
tipo de fonte utilizada. Alguns podem
considerar esta uma visão exagerada,
já que afinal nenhuma grande revolta
escrava jamais ocorreu na cidade do
Rio de Janeiro. Mas este seria o julgamento
fácil do observador contemporâneo
que olha para trás. A capoeira
emerge deste estudo não como um
irrelevante nicho para os historiadores
culturais, mas como uma lente
através da qual se pode apreender a
interação mais complexa da cultura
escrava com a política da elite.
Uma vez que o livro é estruturado
tanto temática quanto cronologicamente,
ele tende a repetir evidências
e argumentos. Por que repetir o que
cada estudioso alguma vez possa ter
dito sobre a capoeira do século XIX?
Isso pode ser um problema comum
em se tratando de terminar uma tese
de doutorado sob a pressão dos prazos,
mas poderia se esperar de uma
editora acadêmica que tivesse um
cuidado maior na revisão e na edição.
O livro se beneficiaria enormemente
de uma compactação do texto
e da correção de certas estatísticas
estranhas (por exemplo, as percentagens
na p. 601 somam 200% e ainda
deixam de fora os 9 % de moçambiques!).
Apesar desses problemas editoriais
o livro permanece uma contribuição
relevante para a história
social da escravidão e um marco nos
estudos sobre a capoeira.
Mathias Röhrig-Assunção
Professor do Departamento de História
da Universidade de Essex, Inglaterra.
Esta resenha foi originalmente
publicada no Journal of Latin
American Studies (Londres). Tradução
do inglês de Fábio Baqueiro
Figueiredo

1º Encontro de capoeira em Belém do Brejo do Cruz/PB nos dia 06 e 07 de Abril 2012

    A Cultura Agradece!
Nas seguintes datas 06, 07, de abril de 2012 será realizado o encontro de capoeira na cidade de Belém do Brejo do Cruz.
*o intuito desse encontro na cidade, e o engrandecimento não só na parte Cultural, mas também no desenvolvimento do esporte na cidade, com e a inclusão da capoeira é a integração entre jovens alunos de várias regiões do alto oeste e da região da Paraíba.





                                   Cronograma eventual. 

*Dia 06 / 04 de abril de 2012 (sexta-feira)
Abertura com Roda Geral dos alunos e Professores.
*Dia 07 / 04 de abril de 2012 (sábado)
  As 09h00min iniciam das aulas.
11h30min Parada para o almoço
14h00minhs     inicio das aulas e bate papo e também troca de conhecimento entre professores a alunos.
  17h30minhs parada para o jantar.
 19h00minhs início das rodas e encerramento do evento!

Pratique essa Ideia