1939: Mestre
Bimba começou a ensinar Capoeira no quartel do Centro de Preparação de Oficiais
da Reserva (CPOR) de Salvador, no Forte do Barbalho, onde trabalhou por três
anos.
1941: Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) funda também sua
academia, o "Centro Esportivo de Capoeira Angola", hoje
localizada ao Largo do Pelourinho nº 19, e dirigida por Mestre Curió, seu
discípulo. Naquele tempo, como ainda hoje, a capoeira era ensinada como nas
outras academias de capoeira angola, isto é, por via oral, à excessão da
academia de Mestre Bimba. 1948: No mês de dezembro, desembarcam em São Paulo os pioneiros da capoeira neste Estado, Esdras Magalhães dos Santos (Damião), Manoel Garrido Rodeiro (Garrido) e Fernando Rodrigues Perez (o respeitado Perez da capoeira baiana), formados e especializados pelo Mestre Bimba no Centro de Cultura Física e Luta Regional, do Maciel de Cima (em Salvador). Vieram preparar a vinda do "Rei da Capoeira" à terra paulista, para mostrar aqui a luta genuína brasileira. Logo depois, ainda em dezembro, chegou a São Paulo o próprio Mestre Bimba, acompanhado de seus alunos Brasilino, Clarindo, Adib, Jurandir e Edevaldo, que se juntaram aos três primeiros. Ralf Zumbano intermediou os entendimentos com seu tio, o argentino (naturalizado brasileiro) Kid Jofre, pai do "Galo de Ouro", Eder Jofre, este campeão mundial de boxe em duas categorias (dos galos e dos penas), para que os capoeiras começassem a treinar em sua academia de boxe.
Os "meninos de Bimba" fizeram duas apresentações em fevereiro e duas em março de 1949, disputando noitadas de vale-tudo com os melhores lutadores paulistas da modalidade: Duro, Menezes, Godofredo, Evaldo, Cabrera, Flávio, Canuto, Arapuã e Nagashima (jiu-jitsu). Em seguida, participaram de temporada no Rio de Janeiro, enfrentando lutadores locais em combates "pra valer". As apresentações, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, tiveram um sucesso estrondoso.
1950: No segundo semestre, o atual Mestre Damião (Esdras Magalhães dos
Santos) retornou à capital paulista, para fazer o curso de sargentos
especialistas da Aeronáutica, no Campo de Marte. Durante dois anos (1950/51) ele
deu aulas de capoeira para cerca de cinqüenta alunos, na academia de Kid Jofre.
Os primeiros foram Renato Bacelar (advogado), Martinho Luthero dos Santos
(professor, irmão de Damião) e seus amigos Walter Grossman, Hamilton e
Waldemar.
1953: Mestre
Bimba e seus alunos exibem-se, no Palácio do Governo, em Salvador, a convite do
então governador da Bahia Juracy Magalhães, na presença do Presidente da
República, Getúlio Vargas, que teria dito, na ocasião: "A Capoeira é o
único esporte verdadeiramente nacional". A partir daí, a capoeira passou a
ser mais valorizada e a ter acesso a exibições em clubes, escolas, teatros,
começando a ganhar apoio de políticos, intelectuais, artistas e do povo em geral. Porém, o
capoeira, como indivíduo, continuou sendo vítima dos preconceitos da sociedade.
O preconceito só começou a desaparecer a partir da década de 60, quando a
capoeira começou a trilhar novos caminhos.
1955: Realização
da primeira apresentação de Capoeira pela televisão; apresentaram-se os dois
irmãos - Esdras Magalhães dos Santos (Mestre Damião) e seu discípulo Martinho
Luthero dos Santos, na TV Tupi (Canal 4), dos Diários Associados, em entrevista
conduzida pelo jornalista José Carlos de Morais, conhecido como
"Tico-Tico".
1957: A partir de maio, na mesma academia de Kid Jofre, o jornalista
Augusto Mário Ferreira, recém-formado por Mestre Bimba (que lhe deu o apelido
de Guga), deu continuidade ao curso iniciado por Mestre Damião, até 1959,
auxiliado pelo professor Martinho Luthero dos Santos. Prepararam um grupo de
quase vinte praticantes, que não chegaram à formatura em razão apenas da
impossibilidade material de trazer o Mestre Bimba mais uma vez a São Paulo. O
curso dissolveu-se.
No final da década de 50, José de Freitas, capoeirista de
Alagoinhas/BA, chega à capital paulista, e começa um curso numa academia de
lutas do bairro do Brás. Pouco tempo depois, um alfaiate carioca,
auto-intitulado Mestre Valdemar Paulista (não confundir com o homônimo de
Salvador), ou Valdemar Angoleiro, auxiliado por seu irmão, Durvaltércio Alves
dos Santos (conhecido depois como Mestre Bolinha), abriu a primeira academia de
fato, num casarão decadente da Rua Bela Cintra (hoje demolido).
1966: Chegam a São Paulo Reinaldo Ramos Suassuna, baiano de Itabuna
(celeiro de bambas) e Antônio Cardoso Andrade, também baiano, de Alagoinhas.
Aqui, fizeram amizade com Dejamir Pinatti, paulista de Orlândia. Este último
cedeu uma área descoberta nos fundos de sua residência, na Vila Mariana, para
que Suassuna e Brasília começassem a ensinar capoeira. Nasceu ali a primeira
academia em São Paulo
registrada em cartório, a Academia de Capoeira Regional de Elite de São Paulo
(ACRESP).
1967: O
jornalista Augusto Mário Ferreira (Guga) patrocinou a abertura do Centro de
Capoeira Ilha de Maré, na Rua Augusta, colocando ali como instrutor Paulo Gomes
da Cruz, capoeirista baiano, que aprendera a jogar com Mestre Artur Emídio, no
Rio de Janeiro.
No mesmo ano, o professor Martinho Luthero dos Santos vai a São José
dos Campos para visitar seu irmão Esdras (Mestre Damião) e informar-lhe,
"cheio de uma euforia sem precedentes", que a capoeira começava a
proliferar em São Paulo
mediante a instalação de academias. Destacou com grande entusiasmo o nome da
Academia Cordão de Ouro, de Mestre Suassuna (Suassuna e Brasília já haviam
fundado a Associação de Capoeira Cordão de Ouro, e mantinham academia num velho
casarão da Av. Angélica). Anunciava-se ali uma parceria que alastraria a
capoeira por todo o Estado de São Paulo.
1968: Os mestres Suassuna e Brasília transferem sua academia para a Rua
das Palmeiras; inicia-se ali a fase conhecida como a do "Consulado
Nordestino". Mestres e praticantes vindos principalmente da Bahia são
ali recebidos, hospedados e auxiliados (às vezes até financeiramente) pelo
Mestre Suassuna. Realizam-se as mais espetaculares rodas de capoeira de que se
tem notícia em São Paulo.
1973: Foi preciso esperar até 1973 para que as nossas autoridades reconhecessem finalmente a capoeira como atividade desportiva e traço vigoroso do complexo cultural que contribuiu para a nossa formação. Desde então, com sua progressiva institucionalização, vem a capoeira se desenvolvendo de forma irrefreável, elevando o seu nível técnico, revelando sua enorme vocação social, como instrumento de educação para a cidadania, na inserção social de crianças carentes e marginalizadas, na reabilitação de deficientes físicos e mentais, em programas de atividades para a terceira idade, nos clubes, nas escolas de 1o., 2o. e 3o. graus, em programas de fisioterapia e até de psicoterapia, no treinamento e preparação de atletas de outras modalidades esportivas, etc...
Continua: Em
Construção
Aguarde alguns dias.
Aguarde alguns dias.
1993: Por influência de intelectuais e capoeiristas, foi efetivada a
criação da Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA), que funciona hoje
no casarão amarelo da Rua Gregório de Mattos, no Centro Histórico de
Salvador/BA. Teve como primeiro presidente Mestre João Pequeno de Pastinha, e
da primeira diretoria faziam parte também os mestres Moraes, Cobrinha Mansa,
Jogo de Dentro e Barba Branca.
2000: A
Capoeira começa a ser divulgada na Internet. Em maio, estréia o site http://www.capoeiradobrasil.com.br,
com uma proposta abrangente, de dedicar-se não apenas a um grupo em particular,
mas à Capoeira em geral.
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